Conheci nesse fim de semana, em um churrasco, um senhor de pouco mais de 70 anos chamado Ivan Saturnino. Papo vai, papo vem, descobrimos uma paixão em comum: o FUTEBOL! A partir daí a resenha não parou mais até às 4h da manhã. E eu, deslumbrado que sou pelo passado desse esporte fabuloso, praticamente me resignei de minhas palavras e, com o olhar atento, me deliciei e me emocionei com as diversas histórias que ele tinha para contar.
Até que em um dado assunto mais atual me posicionei: “Sou revoltado com essas táticas que os treinadores usam hoje em dia. Jogam truncados, afunilando o jogo. O senhor sabe qual é a tática que mais aprecio?”, e ele de “bate-pronto” me respondeu: “Jogando com pontas”. Enquanto eu balançava a cabeça positivamente e me posicionava para ressaltar um detalhe desta formação, ele pareceu ler meus pensamentos e concluiu: “Mas desde que os pontas voltem para marcar”. Eu fui além, e completei: “E ainda prefiro que o time mantenha a posse de bola. Fico encantado com um gol em que a jogada começa por uma ala e é concluída do outro lado. Lembra do gol de Carlos Alberto Torres na copa de 1970?”, pergunta que foi prontamente respondida por parte do Ivan: “Um dos mais bonitos que já vi”.
A partir daí fiquei muito feliz. É gratificante ver que outras pessoas amantes do futeboltambém carecem de posturas ofensivas. Por isso, resolvi fazer aqui uma análise tática, para mostrar esse 4-3-3 usando pontas, uma tática antiga, mas que para mim continua moderna, envolvente e bonita. Uma tática que enche os olhos de quem gosta do “futebol-arte”, porém, que anda meio esquecida por muitos técnicos do futebol atual.
E acima de tudo, uma formação que continua mantendo a eficácia nos dias atuais. Para comprovar minha tese cito três recentes campeões que jogaram assim: Barcelona na Champions League 2008-09; Brasil na Copa das Confederações 2009 e Corinthians na Copa do Brasil 2009. Quer mais?!
Ah, e as outras histórias que ouvi do Saturnino? São muitos boas. Tão boas que vou até apurar mais um pouco, dar uma pesquisada e em breve planejo postar algumas aqui. Mas hoje vamos nos ater à tática em questão.
(Para evitar quaisquer confusão, o sentido do time é de baixo para cima. O solitário na parte de baixo da prancheta é o goleiro).
Enquanto a jogada acontece por um flanco, o lateral oposto se posiciona mais ou menos na linha do meio-campo para estar presente caso ela se desenrole para o outro lado (O golaço do Carlos Alberto Torres é um exemplo). Esse jogador porque sabe ter a cobertura de um dos volantes. Já o ponta oposto se posiciona dentro da grande área, preenchendo o espaço como um segundo atacante. Caso a bola venha para o seu lado, ele se posiciona como um ponta naturalmente.
É importante observar que esses times sempre mantêm pelo menos três jogadores atrás do meio campo fazendo a cobertura de possíveis contra-ataques.
A pricipal característica dessa tática no momento da marcação é a volta dos pontas preenchendo o espaço no meio. Na hora de marcar, a formação vira uma espécie de 4-5-1. Os pontas formam junto com o meia-ofensivo praticamente uma linha de três jogadores a frente dos dois volantes. A grande vantagem disso é que os pontas acompanham os laterais adversários, quase numa marcação individual e dificultando bastante a principal válvula de escape da defesa para o ataque da maioria dos times.
De resto, a equipe fica postada normalmente. Os laterais recuam para a linha de zaga, e evitam jogadas dos adversários pelos flancos da equipe. Os dois volantes ficam atrás da linha de três que é formada dando um combate forte e imediato logo após um dos jogadores de criação do outro time receber a bola.
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