Após a demissão do Cuca (que a princípio qualifiquei como um mau negócio, mas depois de algumas revelações sobre os bastidores do ambiente da Gávea achei até que foi tardia), muito se imaginou a respeito do caminho que a equipe iria trilhar no campeonato, e por enquanto tudo vai continuando melhor do que se esperava. E muito pelo resgate da vontade de jogar e de vencer por parte dos jogadores. Por incrível que pareça, a maior evolução do time não foi nos quesitos tático nem técnico, mas sim na dedicação demonstrada nos últimos jogos em busca da vitória. E como é visto no discurso dos próprios atletas, o maior responsável por isso é o interino Andrade.
Para mim o maior símbolo disso é o lateral Léo Moura. Sumido e displicente na maioria das partidas desse campeonato, ele voltou a colaborar positivamente para as vitórias do Flamengo. Não que ele esteja fazendo partidas brilhantes. Mas como já diria um amigo meu que “para quem não tem nada metade é o dobro”, no caso do Léo Moura digo que “para quem não vinha jogando nada, jogar razoavelmente é o dobro”. E esse pouquinho a mais de cada atleta vem fazendo a diferença.
Mais especificamente nesse jogo de quinta-feira contra o Atlético-MG, a equipe da Gávea venceu por 3x1, mas poderia ter feito mais. Mereceu o resultado, tomou a iniciativa dentro de casa, utilizou muito bem as jogadas pelos flancos e pressionou bastante o adversário. E nesse jogo cheguei a conclusão sobre a importância da presença de um jogador no time: Toró.
O queridinho do Joel está cumprindo bem a função que estava vazia com a saída do Ibson, e virou o ponto de equilíbrio do rubro-negro carioca. Marca com eficiência (embora faça faltas bobas em alguns momentos) e faz bem a transição da bola da defesa para o meio-campo. Tanto que quando ele saiu no segundo tempo da partida o Flamengo teve uma queda vertiginosa e tomou pressão dos visitantes. Ficou um pouco desorganizado na marcação e principalmente na saída de bola.
E lembrando bem, os recentes bons momentos do Flamengo (quando encontrou uma formação após a saída de Fabio Luciano e na tentativa de retomada do Cuca após as goleadas diante de Sport e Coritiba) foram interrompidos em situações de lesão do volante. Por isso, acho importante que comece a se preocupar na Gávea em arrumar um substituto para fazer essa função além do Toró.
Porém, voltando para o Andrade, muito se discute sobre sua possível efetivação nesses próximos dias. Particularmente, acho que da maneira que as coisas vão se desenhando isso é o caminho mais natural. Olhando para o mercado não vejo ninguém tecnicamente muito superior a ele, mas vejo potenciais conturbadores, como foi o caso do Cuca. Sem falar que estamos em ano eleitoral na Gávea, e o Andrade conhece melhor do que ninguém o “caldeirão borbulhando” em que está metido.
No entanto, acho que a Diretoria do Fla deve esperar um pouco ainda para tomar essa decisão. Deixar ele se familiarizar com o cargo, e principalmente, esperar a sua primeira derrota. Tirar do “Tromba” a responsabilidade de sempre ter que vencer e evitar possíveis desgastes desnecessários com a torcida. Mas ouso afirmar que muito em breve ele deixará de ter o “interino” acompanhando o seu nome quando for anunciado antes das partidas do Flamengo.
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